As minhas aventuras na República Portuguesa: julho 2016

Em Portugal os dias bons começam com uma manhã de neblina.

Nada parece promissor, e é por isso que tudo vale a pena. Vale a pena esperar, e vale a pena não desistir.

É preciso não voltar atrás, mesmo quando damos por nós a conduzir numa nacional entre povoações que os próprios locais têm dificuldades em localizar no mapa.

É preciso ter sorte para dar com os sítios que queremos ver.

A melhor forma é procurar o caminho na internet, apontar o percurso, e fazermo-nos à estrada.

Depois perdemo-nos, está a chover, e, para não dar por perdida a viagem, paramos no lugar mais próximo.

Almoçamos, e, como o tempo começa a descobrir, retomamos viagem em direção ao destino inicial.

A seguir perdemo-nos, começa a cair chuva outra vez e já pensamos em ir embora quando começamos a chegar.

Chegar muitas vezes demora metade do tempo da viagem, porque não há indicações e os caminhos são de terra batida.

Os monumentos são sempre diferentes do que o que estamos à espera. São maiores, mais isolados da população e deixam-nos a sensação de que estamos a descobrir alguma coisa.

É esse o tom com que escrevo sobre onde vou, mas nunca isso pode conseguir ser transmitido a quem lê. É preciso perdermo-nos, que chova muito, e o acesso seja suficientemente difícil, mas ultrapassável.

É preciso que nos espantemos. E é preciso que as nossas expectativas sejam defraudadas. E depois se construam ao longo da viagem.

As minhas aventuras na República Portuguesa

terça-feira, 5 de julho de 2016

Bustos, Tocha