segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Paço dos Duques de Cadaval / Paço do Infante D. Pedro / Paço dos Condes de Tentúgal


Saímos da grande maioria dos sítios que visitamos com vontade de voltar brevemente. No entanto, acho que a vontade nunca foi tão grande como neste. Temos de voltar a uma melhor hora, com mais tempo, sem cães a correrem atrás de nós, e com uma máquina fotográfica.


O Paço régio, que viria a denominar-se Paço dos Duques de Cadaval por se tornarem seus proprietários mais tarde, terá constituído morada régia, sendo isto comprovado pelas referências que entre os reinados de D. Pedro I e D. Afonso V Tentúgal acolhia os reis e as suas comitivas.



Para além da capela é ainda possível identificar vários vestígios de estilo gótico dos finais do século XV, como são exemplo algumas portas, arcarias e janelas presentes no Paço. 



No final do século XVI construir-se-ia o celeiro, símbolo maior da grandeza de Tentúgal, possuindo uma tipologia rara de 80 metros de comprimento por 25 de largura, com três naves separadas por duas séries de trezes arcos de volta perfeita. [fonte]




[O Paço] é anterior a 1476, o que se confirma pela troca efectuada entre o príncipe D. João e D. Álvaro, a 28 de Julho desse ano, pois nela se faz referência aos "paços, casas e celeiros". É possível que tivesse sido mandado construir por D. Pedro, Duque de Coimbra, para sua residência. Já se encontrava em ruínas quando se fizeram as Memórias Paroquiais de 1721. Foi incendiado pelos liberais de Coimbra em 1834. Foi, depois, reedificado, tendo adquirido o seu actual aspecto, não respeitando a primitiva traça exterior, cujas cantarias das janelas e portas eram góticas. [fonte]

A questão que se levanta aqui é muito pertinente, porque o que não falta neste paço são cantarias góticas, tirando nove retangulares. Serão as góticas originárias do século XV ou resultado da reconstrução do século XIX? Eu quero acreditar que são as originais, e que o artigo da câmara municipal supra-citado faz o contrário do habitual, que é caracterizar construções posteriores como originais.


sábado, 28 de novembro de 2015

Paços da Granja, Ansião

Os Paços da Granja foram uma residência dos Jesuítas construída entre o final do século XVII e os inícios do XVIII. Há uns anos estavam totalmente cobertos pela vegetação:


Felizmente a situação hoje em dia é melhor, pelo menos no exterior.





No entanto o interior continua repleto de vegetação, sendo inacessível. Só consegui entrar no alpendre do primeiro andar.



quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Quinta da Ladeia, Alvorge, concelho de Ansião

Há dispersa na internet alguma informação sobre este monumento, que se contradiz em alguns pontos. Para não contribuir para o caos, vou-me limitar a transcrever a fonte mais fiável.


1438 - Pertença de familias nobres, a quinta está já associada com a torre da Ladeia que remontava à época romana, quer pelo tipo de construção, quer pela inscrição alusiva ao Imperador Trajano que afirmavam aí existir.



1438 - 1481 - No tempo de D. Afonso V, é Senhor da Torre e quinta de Alvorge, Pedro Guerra, filho de Fernão da Guerra e neto de Dom Pedro da Guerra, filho do Infante Dom João, filho de Dom Pedro I e de Dona Inês de Castro.


1683 - Dona Filipa e seu marido erguem a capela dedicada a Nossa Senhora do Pilar, junto à torre da Ladeia, aquando da reedificação de todo o alcácer, fazendo demolir o terceiro andar do torreão, ficando este reduzido a dois, com tecto em cúpula piramidal, ficando toda a área habitacional com um pavimento único.

1698, Maio - Belchior Carneiro Sottomayor de Figueiredo da Guerra casa com Dona Francisca Luisa Pereira de Sampaio. É colocado no frontispício da Capela de Nossa Senhora do Pilar, por este concluída, bem como no portal da quinta o brasão de armas Carneiro Figueiredo.


1748 - a Quinta de Alvorge passa para o genro de Belchior Carneiro, Pedro José de Salazar Jordão da Cunha de Eça.


1795, maio - com a extinção deste ramo, pela morte de Dona Maria Josefa de Salazar Jordão, a casa fica abandonada voltando os bens para José de Figueiredo de Guerra. (Então mas volta porquê? Peço desculpa mas analisando criticamente a história isto é ainda hoje pertença da família Jordão! Digo isto desinteressadamente.)


1857 - venda da propriedade ao Dr. Adriano Augusto Lopes Vieira, e a outros dois proprietários de Alvorge. Início da decadência da quinta; a imagem de Nossa Senhora do Pilar, padroeira da capela, recolhe à Quinta de São Tomé em Condeixa-a-Nova.


Castelo de Penela

O Castelo de Penela também foi alvo das campanhas de restauro promovidas pelo Estado Novo entre os finais dos anos 30 e os inícios de 40 do século passado. As duas primeiras fotos foram retiradas daqui e as restantes do sítio do costume.



A entrada principal do castelo foi danificada pelo terramoto de 1755 e destruída em 1760 para se construir a torre do relógio com a sua pedra (demolida durante a intervenção). 



A Porta da Traição, que forma um cotovelo, mecanismo herdado do mundo islâmico e que dificultava a entrada de rompante das tropas inimigas, sobreviveu até ao século XX, altura em que o piso foi rebaixado, foram demolidas construções posteriores e reconstruído o pano de muralha.






Sobre o Castelejo:

Neste primitivo núcleo defensivo construído no local mais altaneiro, a que se acede por uma porta ogival, erguia-se a torre de menagem mandada fazer por D. Dinis em 1300. Com as obras de reedificação do séc. XV-XVI esta torre desapareceu, e as muralhas foram adaptadas para a utilização do equipamento pirobalístico (armas de fogo) que aparece nesta altura.


Este castelejo dispõe de um adarve ou caminho de ronda que permite vigiar os montes envolventes e tem largura suficiente para as movimentações defensivas em caso de ataque. 


Existe também uma cisterna quadrangular escavada na rocha, para recolha das águas pluviais, construção essencial em caso de cercos prolongados, quando a escassez de água era uma poderosa arma a favor do assaltante.


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Penela











 No centro de Penela fica a Igreja de Santa Eufémia, construída no século XVI.




Nesta capela podemos ver abóbadas e escultura quinhentistas:


Este templo teve várias campanhas de obras, como em 1665 e 1739, estando as duas datas gravadas em colunas encostadas uma à outra;