segunda-feira, 16 de maio de 2016

Arregaça, Coimbra

Desta vez partimos à procura da fonte do Castanheiro numa zona de Coimbra que ainda mantém bastante ruralidade, apesar de estar rodeada por áreas urbanas. A Fonte do Castanheiro em particular está ligada à Noite de São João:
E vai-se depois até à Fonte do Castanheiro, hoje completamente ao abandono, no arrabalde da Arregaça. Era lá que todas as fogueiras se juntavam no final da folia. E ninguém mais se deitava antes que o sol raiasse, fazendo jus à expressão “noite de S. João”. Nas Memórias do Mata Carochas, conta-se que, ali chegados, todos faziam libações e abluções e os rapazes arrancavam canas bravas, davam-nas às raparigas e voltava-se no mesmo entusiasmo, em procissão da Cana Verde. [fonte]


Na Arregaça havia várias quintas: da Saudade, da Horta, de D. João... Nestas imagens vemos a evolução da zona:




No nosso passeio começámos abaixo do canto inferior direito, percorremos a linha do comboio até ao canto inferior esquerdo, descemos novamente e voltámos ao ponto de partida. Começámos pela Quinta da Saudade:



A Quinta de D. João foi bastante urbanizada, mas ainda vemos alguns resquícios do passado, como esta capela:



Apesar de hoje ficar no centro de Coimbra, antigamente esta zona era periférica. Segundo o livro A Vida Económica e Social de Coimbra de 1537 a 1640
 Os produtos hortícolas cultivam-se na própria cidade e arredores. As hortas da Arregaça, na continuação das quintas da Alegria, e as de Coselhas «que produzem muita hortaliça e dão muitos rendimentos». [fonte]

Acesso à Quinta das Hortas:


Na antiga mata, junto à Rua da Fonte do Castanheiro, existiu uma mina e uma fonte, que foi muito procurada pela qualidade das suas águas. As águas da fonte ficaram imprórias para consumo após a urbanização da zona envolvente a partir dos anos 1960 (bairro Marechal Carmona/actual Norton de Matos, etc) e a subsequente contaminação por esgotos domésticos da antiga Vala Real da Arregaça que atravessa a quinta.Com o incremento da urbanização na envolvente e do consequente aumento da impermeabilização dos solos e, especialmente, devido à incúria das autoridades competentes (Câmara Municipal, Direcção de Hidráulica, etc) a antiga Vala Real continuou até aos anos 1990 como colector de esgotos domésticos, a céu aberto, com caudais muito aumentados em enxurrada, alagando todo o vale com águas sujas. Os terrenos deixaram de poder ser agricultados. [fonte]

A Sociedade de Porcelanas de Coimbra laborou de 1922 a 2005. Ao contrário de outras fábricas abandonadas que visitei, ainda conserva grande parte das estruturas metálicas (por ser mais central e mais sujeita a denúncias?):







Por fim, encontrámos a Fonte do Castanheiro:


Ainda tínhamos uma hora para passear, pelo que me pus a guiar sem nenhuma direção, e acabámos por descobrir a Mata de Vale de Canas, da qual tirei esta fotografia de Coimbra:


A Arregaça é a zona verde mesmo no centro da imagem. Um local que passa despercebido mas com muitas histórias para contar.

2 comentários:

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  2. Gostei. Como criança vivida e criada na arregaca trouxe - me algumas recordações. Foi pena não terem visitado a zona do portão principal da SPorcelanas na rua manuel silva gaio(peta e escritor do século!!!???

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