sexta-feira, 10 de julho de 2015

Roteiro romano de Conímbriga (não passando por Conímbriga)

No post de hoje não há lugar para clichés e por isso vamos fazer um percurso pela romanização de Conímbriga e evitar por tudo entrar nesse famoso destino turístico. Começamos pelo Castellum de Alcabideque, situado na pacata aldeia de... Alcabideque.


Alcabideque é um nome arabizado em que o reconhecível prefixo al- obscurece uma raiz latina - caput aquae - significando, literalmente, "mãe-d'água". Identificando, por conseguinte, a nascente de água ali existente, este topónimo regista a circunstância que tornou Alcabideque num local tão importante em tempos romanos e pela qual é conhecido ainda, nos dias de hoje. [1]



Construído no séc. I d. C., o aqueduto ter-se-á inserido no projecto de urbanização desenvolvido na época de Augusto, tendo funcionado, já em plena época de Cláudio, como esgoto, que terá antecedido a construção de duas cisternas. [2]



Situado em zona agrícola, a água era captada por uma represa e respectiva torre - denominado castellum - de planta rectangular. De câmara inferior com abóbada de canhão, o extradorso apresenta-se em arco abatido de características tipicamente romanas.


Depois de desenvolvido sobre um paredão, o aqueduto retomava o seu andamento subterrâneo, finalizando por desembocar nas termas localizadas a Sul das ruínas de Conímbriga.


Há 50 anos, antes de ser escavado e vedado, era assim o interior do Castellum (desprovido da ligação original à água):

[3]


Vamos continuar o nosso roteiro romano de Conímbriga não por Conímbriga mas sim por Condeixa-a-Velha, onde debaixo desta pacata rua:


Se esconde um dos mais imponentes edifícios romanos em Portugal - o anfiteatro de Conímbriga:


[4]

Foi indentificado somente em 1971 [5] (apesar de três das suas entradas estarem parcialmente acima do nível do solo) e vai ser escavado e integrado no circuito museológico de Conímbriga (e ser o ex-libris) nos próximos anos. [6]




O telemóvel não perdoou o avançar da tarde, por isso foi a reportagem possível. Melhor é se eu deixar a foto que meti no Facebook há uns tempos e mereceu o like do Dr. Guilherme Cardoso, um dos maiores especialistas em romanos neste país.


E acabamos na Quinta de São Tomé (onde está um museu dedicado a tudo isto e muito mais), não porque tenhamos intenção de a visitar, mas sim para fazer a ligação com o próximo post, dedicado ao roteiro quinhentista de Condeixa-a-Nova, e desta vez passando mesmo por Condeixa-a-Nova.



Fonte 1, 2, 3, 4, 5, 6

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