As notícias mais antigas que existem sobre a atual zona do Terreiro da Erva remontam a 1100, data de fundação de um mosteiro dedicado a Santa Justa, padroeira dos oleiros. De facto, a zona encontra-se em pleno bairro medieval das olarias. Na época afonsina a igreja, o claustro e as construções anexas, foram reedificadas pelo Presbítero Rodrigo, e no séc. XIII/XIV sofreram uma nova reforma.
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Na igreja de Santa Justa mantinham-se os serviços religiosos, e apesar do templo estar reconstruído, o rio Mondego continuava a visitá-lo. No dia 1 de fevereiro de 1708 as águas entraram na igreja, chegando à tribuna do altar-mor. Nessa mesma noite o Santíssimo Sacramento foi retirado para a igreja de S. Bartolomeu, e a 24 de fevereiro do mesmo ano, foi transladado para a igreja de Santiago. Os danos forçaram o abandono da igreja de Santa Justa, e a criação da fundação de um novo edifício num olival em terreno sobranceiro à planície junto às portas de Santa Margarida. Em 24 agosto de 1710, o bispo conde D. António de Vasconcelos e Sousa benzeu e lançou a primeira pedra de construção da nova igreja, e no ano de 1724 foi sagrada pelo Deão da Sé, Luís Pereira de Sampaio, passando assim os serviços religiosos para a nova igreja. Esta nova igreja, homónimo da antiga, substituiu, assim, o templo medieval do Terreiro da Erva.
Na análise da planta datada de 1907 é possível vislumbrar um alinhamento das edificações perto dos indícios existentes da igreja. Esse alinhamento poderá ter sido originado pelo aproveitamento de uma pré – existência, nomeadamente uma das paredes do templo (realçado a verde). Nesta planta verificam-se igualmente os topónimos, que ainda hoje subsistem, indicadores da presença da igreja e da sua localização, como “Adro de Santa Justa” ou “Páteo do Prior”, hoje Quintal do Prior (realçados a vermelho).
A demolição das casas que na figura anterior surgem com um círculo a verde explica-se por em 1934 o Adro de Santa Justa, o Quintal do Prior e o Terreiro da Erva, que circundavam a antiga igreja, estarem por elas separados, tendo-se com a sua demolição criado a praça que hoje existe.
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Uma vez fui indagar um velhote, que sempre morou na zona, se havia algum vestígio da antiga igreja e ele apontou-me para uma gárgula num prédio como o único que conhecia.
No entanto, sobreviveram, reutilizadas como serralharia e mais recentemente loja de peças para automóveis, a capela mor e a capela do seu lado direito, que se encontravam assim no século passado:
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Apesar disso, o projeto para o Terreiro da Erva previa a demolição deste imóvel (é o que surge da direita para o centro do largo):
No entanto, este projeto foi revisto e hoje já contempla a preservação das ruínas:
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As obras discretamente já começaram, ficando a cabeceira da antiga igreja isolada das outras habitações, à espera do destaque que merece:
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